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Ressaca de Carnaval

  • Foto do escritor: Lucas Ávila
    Lucas Ávila
  • 19 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de fev.

Mergulhando na etimologia da palavra, a origem de carnaval vem do latim "Carnis Levale", cujo significado é o de “retirar a carne”. Apesar dos inúmeros conceitos festivos que a sua mente atribui quando pensa em carnaval, historicamente falando esse movimento foi encabeçado pelo cristianismo sob o pretexto de controle. 


Considerado como o período de permissividade para os excessos e o exercício dos prazeres mundanos, a igreja visava o controle dos fiéis em sua adesão à quaresma, constituindo os quarenta dias que viriam a seguir, retidos em severidade religiosa e o preparo para a páscoa cristã, momento da ressurreição de cristo. 


Ainda existem diversas outras associações do carnaval a festas que também se deram na antiguidade, todas contempladas com dias de orgias, beberagem, inversão de papéis sociais e a submissão aos prazeres da carne. 


E a pergunta que não quer calar: por que toda essa volta ao passado? 


O fato é que herdamos muito desse contexto. A ideia de que o ano só começa após o carnaval não é à toa. É como se fosse o último suspiro de felicidade do brasileiro ao fim das férias de verão, antes da punição em ter de retornar à normalidade, trabalho e suas responsabilidades. 





Sendo assim, é bastante comum (e até esperado) que após dias de fanfarra você venha a experimentar não apenas uma ressaca orgânica decorrente de tudo que consumiu, como também uma ressaca da falta de rotina, de hábitos e sobretudo, de compromissos. Tanto os seus consigo mesmo, quanto com os outros. 



Um contexto em que se vivencia pensamentos e sentimentos de bastante semelhança é o de volta dos feriadões, folgas ou férias fora de temporada. Estes, por sua vez, não possuem relação com o calendário coletivo. São de exclusividade daqueles que os vivenciam e por isso, acabam não atingindo a mesma representatividade popular.


De qualquer forma eu preciso te lembrar que o ano já começou e foi no primeiro de janeiro. O carnaval não te confere magia ou poder de cura para os problemas com os quais você vem lidando. Aliás, eles continuarão te aguardando na famigerada quarta-feira de cinzas.


O retorno à normalidade pode sim ser um tanto quanto desconfortável, mas também não precisa ser considerado um “enterro dos ossos”. É possível desfrutar do carnaval de forma consciente, sem extrapolar limites ou tentativas exauridas de compensação sobre a própria vida.


Organize seu circuito, escolha dias, momentos e pessoas para exorcizar seus demônios. Não faça seus amigos de cuidadores, eles também querem se divertir. Seja responsável, use camisinha, se alimente e beba muita água. Respeite seus limites.

Viva o presente e contribua para o amanhã que te aguarda!





 
 
 

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