SOS RS - o novo normal no sul do Brasil
- Lucas Ávila
- 24 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de fev.
A essa altura do campeonato, as vítimas da tragédia que assola o Rio Grande do Sul se estendem para além dos abrigos e das pessoas que tiveram seus bens tomados pela enchente.
Elas estão no coração, no pensamento, na mente e na tentativa de retomada da rotina de todos que, de alguma maneira, foram expostos a este contexto de calamidade.
O luto pela realidade arrastada por entre as águas é tamanho a ponto de paralisar. As pessoas não se sentem no direito de seguirem com suas vidas. O que prontamente pode ser compreendido por empatia.
A gente precisa de um tempo pra processar tamanha perda.

O fato é que independente da resistência, a vida segue. Quanto mais resistimos, mais nos machucamos. Mais injustiçados podemos nos perceber.
É necessário abrir espaço para o desenvolvimento de hábitos e comportamentos em prol de uma nova rotina que não apenas dê conta do que já precisa ser dado, como também nos conecte às possibilidades e recursos de ajuda disponíveis na nossa realidade. Talvez esse seja um caminho plausível para seguir de forma mais ampla, sem deixar de prezar por aquilo que nos toca.
É preciso estar atento à vida que se quer ter, contemplando uma relação saudável com a solidariedade necessária, inclusive para além do escoar das águas. Como vamos ajudar os necessitados se não munidos de nossa própria vitalidade?
Talvez não tenhamos ideia de tudo que ainda pode ser feito. Sobretudo, do quão preservados devemos estar para seguir ajudando, seja na linha de frente, seja com uma rotina de doações ou ainda, compartilhando visibilidade para ações de assistência e reconstituição das necessidades básicas aos atingidos.
Temos muito trabalho pela frente e toda ajuda é bem-vinda. Essa conta não é sua e o esgotamento não vai trazer a salvação do estado.
Por fim, é com muita gentileza que eu quero validar tuas emoções experimentadas até aqui e lembrar que a dor nada mais é do que o contato com aquilo que importa pra você.
O luto abandona o caráter de humanidade a medida que gera resistência a ponto de infringir o sentido da própria vida.
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